segunda-feira, julho 22, 2013
Êta saudade que não passa, não diminui, só aumenta.
E como não ficar triste, não sofrer ao lembrar do passado, mesmo que estas lembranças sejam boas e alegres? Como não ficar triste e não sofrer quando a Nathalia pergunta: “Vovó, ele tá trabalhando?” ou “Vovó, ele vai ir no aniversário da Didi”? (Didi é a como ela chama a Camile e o aniversário dela é em setembro) – mesmo ela sabendo da o que aconteceu, como se quisesse confirmar comigo se realmente é verdade que ele não vai mais voltar. Como não sofrer com esta verdade que é tão dura e tão triste pra todos nós que convivemos com ele, se eu mesma muitas vezes fico pensando que tudo não passou de uma pegadinha, de uma brincadeira e que um dia ele vai bater na minha porta e dizer: “voltei”. Como uma criança de 05 anos pode entender e aceitar? Procuro não sofrer tanto, não chorar tanto e pra isso, o que eu tenho que fazer? Não ter lembranças e nem ao menos olhar pra tanta foto que tenho na minha casa e principalmente na minha cabeça. Lembranças estas, desde o dia em que ele nasceu e que quando olhei pra ele, parecia que eu estava me olhando num espelho, de tão parecido comigo. E hoje, eu entendo porque as pessoas ficam tão revoltadas e até descrentes com a sua fé. Talvez um dia, eu volte a ter a mesma fé que um dia eu tive, porque por mais que eu tente entender e até tente achar explicações e justificativas pro que aconteceu, não consigo aceitar. Posso entender, mas não aceito. Como então, não lembrar e não sofrer? Impossível. Impossível hoje e sempre.
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