"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É tempo de travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

Fernando Pessoa







Não sou novela..... mas pode me acompanhar.

sexta-feira, maio 25, 2007

Anemia falciforme: correndo, crochetando e superando!



Então o telefone toca e me outro filho do outro lado da linha diz: “Mãe, to aqui no hospital com o mano”.
Sabe aquele aperto na boca do estômago? Esta sensação que temos de quando somos surpreendidos, de quando recebemos uma notícia boa ou ruim? Pois é, não muda nunca. Há 25 anos sinto a mesma coisa toda vez que isto acontece.
Aí visto minha carapuça de super mãe e saio voando as tranças pro hospital.
Tá. Lá estava eu de novo naquele mesmo hospital, naquela mesma emergência. Também naquele mesmo banco. Talvez não seja o mesmo, mas continuam duros e desconfortáveis como antigamente.
Meu filho, com crise da anemia novamente. Sempre acho e digo pra todo mundo que isto faz parte da minha vida, que já estou acostumada com esta correria, mas confesso: não estou não.
Fazia muito tempo desde a última crise. Isto é bom sinal, porque antigamente era uma atrás da outra, agora, já não tenho idéia da última, mas acho que faz mais de um ano. Ótimo.
Ótimo enquanto ele tem o remédio pra tomar. Porque quando falta este santo remedinho........ temos que nos preparar.
Preparar pra tudo, pras crises, pra ansiedade, pra espera. Espera na fila do ambulatório, espera no atendimento do SUS, espera que a crise passe o mais rápido possível e que não seja tão forte.
Forte. Finjo, acho que sou. Até acho que sou mesmo, dentro da minha concepção, sei lá.
Antigamente quando tínhamos plano de saúde, toda esta correria parecia ser mais leve (eu tento imaginar assim, mas acho que me engano). Mas agora que estamos novamente dependo do atendimento do SUS, tudo parece pior.
Começo a fingir: tento ver pelo lado bom da coisa, pois conheço muita gente no hospital que trabalhei durante longos anos, fiz ótimas amizades que me socorrem e então......... vai lá Luisa, corre atrás desta gente pra facilitar o atendimento!!!!!
Tá. Mas porque meu sexto sentido não me avisou com antecedência pra eu não vir logo hoje com este salto 10? É o mesmo sapato da maratona.
Tudo bem. É um sapatinho confortável, apesar do salto. Mas pra correr de um lado pro outro, subir e descer escadas atrás dos médicos..... há não, pra isto ele não está apto. Sapato incompetente!
Então consigo resolver tudo: atendimento, comprar lanche pra ele enquanto aguardamos, quase desmaiar ao ver um amontoado de gente de todos os credos, raças e cores amontoados em cadeiras, macas, remédio pra levar, falar com o médico, liberação do filho pra ir pra casa. Ufa!

Enquanto isso, entre um intervalo e outro, sento pacientemente naquele banco duro e espero. Mas bah tchê! nada como uma mulher prevenida e tri arteira como eu. Como sempre ando com minha malinha by Luisa comigo e aproveito pra crochetar muuuuuuiiiiiiito.
Me distrai e acabo não vendo o tempo passar.
Finalmente lá pelas dez horas da noite, depois de muito correr atrás dos médicos, conseguimos liberação.
Há, mas ainda tenho que fazer a janta quando chegar em casa. Isto sim é que é o pior. Tudo bem, agradeço a Deus por ter minha comidinha pra fazer, mas não me importaria de que alguém fizesse pra mim.

Aí, depois de passar uma bela tarde de segunda-feira, sentadinha no banco (simmmmm, aquele, durinho mesmo!), consegui fazer esta simpática echarpe ma-ra-vi-lho-sa!!!!!!!.
Alguém aí quer comprar? Tem mais coisinhas lá no Tricrochetche.
Tudo a venda!
Aceito encomendas.

E é isso aí companheiros! Seguimos na luta! Agora ele já tem o remédio pra tomar. Então, como as crises são inevitáveis, é torcer pra que no mínimo, sejam leves pra ele e............... que demore muito, muito, muito tempo. E que o governo do estado se dedique mais à saúde e não falte mais remédio pro povo.



segunda-feira, maio 14, 2007

CONTO

Naquele dia sete, ela nasceu. Efervecente! Sob o sol de fevereiro. Já ali, estava imposto o quanto ela teria que lutar pra sobreviver. O sol testando sua coragem. Nasceu sabendo que teria pagar pelos seus pecados em vida, desta e de muitas outras. Não teve opção, foi jogada no mundo. Cresceu por crescer e sem saber pra onde ir, seguiu muitos caminhos, muitos deles completamente tortos. Mas seguiu em frente. Nada abalava aquela pessoinha tão frágil e tão forte. Comeu o pão que o diabo cuspiu e pisoteou. Seguiu crescendo como se fosse um dever, uma obrigação. Sabia que disso não podia fugir. A infância já estava muito distante, não tinha mais volta. Agora era seguir em frente, ou não. Optou por seguir. Ninguém lhe deu a mão pra subir aquele degrau tão alto para o amadurecimento. Mas ela foi. Sabia que mais cedo ou mais tarde dela fariam uso, assim como quem usa um apontador de lápis. Usa até acabar, quando chegar ao fim, compram outro. Agora era ela que sentia dentro de si uma vida que lhe fora imposta. Aproveitou aquele momento pra receber com todo o amor aquela criatura estranha. Quem disse que ela queria? Esqueceu que nada lhe fora antes perguntado. Ela nunca tivera opção de falar, mas sim de obedecer. Aceitou. Aquele mesmo amor que sempre lhe foi negado, mas muito cobrado, agora brotava dentro de si, por algo tão singelo e pequenino. Agora tu serás mãe. Ouviu e aceitou. No seu íntimo sabia que não seria a primeira e nem a última. Precisava provar pra si mesma que ela conseguia. Conseguia fazer o melhor por todas as vidas que ali chegassem. Algumas delas não vingariam. Teve que optar. Talvez seja por isso tanto sofrimento e tapas na cara que a vida lhe deu. Nunca desistiu. Pegou sua cruz e fincou nas costas calejadas pra marchar até onde Deus mandar. Os degraus ficaram mais altos e a cruz ali, pesando. Mas agora já faz parte daquele corpo tão frágil e quase sem vida. Nunca perdeu sua fé, que é só o que lhe resta. Não sabe mais o que esperar e nem que caminho seguir, apesar de estar no fim da estrada. Precisa novamente de mãos. Mas desta vez, mãos que acalentem seu sofrimento e curem suas feridas.



quinta-feira, maio 10, 2007

FELIZ DIA DAS MÃES!!!







Sou teimosa. Todo mundo sabe disto
Quero os filhos sempre perto de mim e claro, que façam as coisas do meu jeito.
Ta bom, mas às vezes, aceito que seja do jeito deles.
Ei......Quem inventou o livre arbítrio?
Quando nasceram agradeci a Deus por serem perfeitos.
O primeiro quando nasceu, agradeci a Deus por ser perfeito.
Briguei com Deus porque ele veio com defeito de fábrica.
De fábrica mesmo. Eu e o pai juntos, passamos pra ele uma
doença hereditária.
Começamos uma luta que ainda continua pra que ele tenha saúde para viver bem.
Sem pieguices! Não suporto. Enfrento. Mesmo que tenha que ser por nós dois.
Pura besteira, pois é ele quem sofre mais, quem enfrenta é ele.
O segundo quando nasceu, agradeci a Deus por ser perfeito.
Briguei com Deus porque ele quase passou da hora de nascer, entrou um pouco de água no pulmão, teve que ficar em observação.
Resultado: tem asma até hoje.
Enfrento. Mesmo que tenha que ser por nós dois.
Outra grande besteira: é ele quem sofre e faz as mil nebulizações.
A terceira quando nasceu, agradeci a Deus por ser perfeita.
Não briguei mais com Deus porque ela não tem nenhuma doença genéticamente herdada, ou adquirida.
Mas bem feito pra mim. É teimosa que nem eu.
Agradeço a Deus pelos meus filhos serem perfeitos e com saúde.
Mas sigo com minha teimosia sempre querendo mais deles, apesar de acreditar que temos tudo o que suportaríamos ter em nossas vidas. Nem mais, nem menos.
Putz........ mas sou teimosa mesmo tchê!!!! (Inclusive um pouco chata)
Mas continuo agradecendo a Deus sempre, por tudo, por eles serem a minha vida.
Acho que Deus deve estar de saco cheio de tanta teimosia.
Eles são educados, politicamente corretos, tem caráter, são perfeitos e ...... são muuuuuito fofos e me amam demais.
Ta bom ou quer mais? Acho que ta bom.

Há, mas é claro, queria que eles fossem um pouquinho mais estudiosos!!!!


Amo, amo, amo muuuuito meus filhos, meus verdadeiros presentinhos do Papai do Céu.


Mas quero presente de dia das mães tá? Por que antes de ser mãe, sou mulher.


E que mulher não gosta de um presentinho?

Para todas as mães do mundo inteiro e principalmente para as mães de coração, de doação e que não tenham parido suas crias, mas que tenham amado acima de tudo!


........e claro, para as teimosas que tem estes tesouros em suas vidas e sempre querem mais. Como eu. (mas que fique claro que é pro bem deles...hehehehehe)
FELIZ DIA DAS MÃES!!!!!!!

segunda-feira, maio 07, 2007

Aniver do blog!!!


Pois é....

o tempo passa, o tempo voa e como tudo, um dia faz aniversário.


Este mês de maio o blog tá de aniver.

1 Ano.

E eu, comemoro aqui, como sempre, quietinha, assuntando.