Quanto Vale a Amizade?

Enquanto tomo banho e a água do chuveiro escorre em cima de mim, fico ali pensando e imaginando vários assuntos, mil coisas pra escrever. Então resolvi escrever sobre algumas delas enquanto estou lá, tirando a sujeira, o cansaço e me renovando. Hoje o assunto é sobre a amizade, então pra começar, tive que contar uma pequena historinha de introdução. Fiquei pensando em como as coisas acontecem na vida da gente, como vem e como vão, como tudo se renova, como temos decepções e às vezes fazemos delas grandes tragédias gregas e quando nos damos conta, estamos agradecidos por ter acontecido, por estarmos onde estamos. Estou me referindo a um episódio que aconteceu comigo e que acontece com milhares de pessoas todos os dias, a toda hora: a demissão de um emprego e como conseqüência ganhei meus novos amigos. Estava eu lá bem (???) acomodada naquela empresa há 11 anos e achava, mesmo sabendo que não era um emprego estável, que nunca ou remotamente seria demitida. Claro, era “eficiente” (como sempre, modesta!), resolvia mil problemas, nunca deixava nada pra depois, organizada, assídua, pontual (nem tanto!!!!), etc,etc.... Mas algo não estava bem, e não era comigo, ou talvez fosse exatamente comigo, sei lá. Então chegou o dia, em uma segunda-feira, dia 13 de agosto de 2005 (e eu que gosto tanto do número 13, que ironia!!!!) ao chegar de manhã, fui demitida. Tá, tudo bem, confesso que até, remotamente, pensava que isso poderia acontecer algum dia, mesmo sendo boa funcionária, mas mesmo assim, eu teimava em pensar que eu era "quase" insubstituível. Que grande besteira! Isso pode acontecer com qualquer um e que um dia poderia ser comigo, e foi. Então arrumei minhas coisas e fui embora. Passei muitas noites em claro (nem tantas), sonhava em voltar pra lá, fiquei com muita raiva da pessoa responsável pelo acontecido, mas um dia, toda esta mágoa passou, foi embora. Fiquei exatamente cinco meses em casa, cuidando da casa, dos filhos, marido e fazendo muitas coisas pra me distrair, passar o tempo. Então resolvi começar a procurar emprego, em pleno verão de janeiro de 2005. Enquanto todos estavam de férias curtindo uma praia, eu queria muito voltar a trabalhar. Ser dona de casa, definitivamente não é pra mim, ao menos em tempo integral. Estava fazendo a matricula no colégio de minha filha que iria iniciar a primeira série do ensino fundamental e meu telefone toca. Sabe aquele ditado: “quem tem amigos tem tudo”? Pois é, eu graças a Deus tenho. Era meu novo emprego me chamando, sem eu se quer ir atrás dele. Através de uma amiga e de uma outra amiga-irmã me chamaram porque estavam precisando exatamente de uma pessoa com meu perfil. Afinal de contas, tinha que servir pra alguma coisa tanto tempo de experiência. E valeu pra mim. Quando fui fazer a entrevista com meu chefe, ele queria que eu começasse no mesmo dia, mas precisei de no mínimo dois dias pra me organizar, então assumi meu cargo. Estou lá até hoje, já vai fazer dois anos e a principio, continuarei. Mas todo este papo furado é pra dizer que aprendi que mais uma vez que quando caímos, sempre tem alguém pra nos dar a mão, pra nos levantar, uma mão amiga. Refiro-me a amigos fiéis, amigos que deixei em meu antigo trabalho e as novas amizades que conquistamos com o passar do tempo. Agradeço muito, muito, muito por amigos assim. Amigos família, que são primordiais, são únicos, que sem eles talvez eu me recuperasse tão cedo e com tanta força. Agradeço pelos meus amigos ex-colegas, amigos conhecidos e principalmente amigos irmãos. Agradeço por estar em minha vida minha grande amiga-irmã Débora, que foi quem me indicou para meu emprego atual, sem falar que foi ela que chorou abraçada comigo em um momento terrível de minha vida, agradeço por minha grande amiga e comadre Mari, minha amiga Rosane, minha amiga Rejane e a minha amiga Claudia. Agradeço pela amizade de todos meus ex-chefes, pois sempre que os procurei, fui bem recebida. Só pra dar um exemplo da amizade que falo, meus ex-chefes são todos médicos e quando fui demitida perdi meu plano de saúde, bem como dos meus filhos, mas quando precisei, tanto pra mim como pra eles, nunca me negaram auxílio e não é pelo fato de serem médicos e “terem” que ter ética e atender seus pacientes fazendo jus ao seu juramento, é porque mantivemos o respeito e a amizade, mesmo não mantendo muito contato. Agradeço a Deus por minhas novas-velhas amigas Grazi, Gabi e Maira e toda a equipe onde eu trabalho. Nós três temos uma amizade de cumplicidade, que em tão pouco tempo virou amizade de verdade. Almoçamos juntas, dividimos nossos segredos (nem todos!!!), angústias, fofocas, damos risada de muitas coisas e falamos todo tipo de assunto saudável (ou não). Respeitamos nossas diferenças, nossas individualidades, manias, gostos e rabugices. Temos muitos planos em comum, a maioria é tudo um grande sonho, uma viagem de pensamentos. Geralmente fazemos estas viagens no nosso horário de intervalo e, acreditem, às vezes até conseguimos fugir e pegar um cineminha.......no nosso horário de almoço!!!!!! Se uma de nós não vem ao trabalho por um motivo qualquer, fica faltando algo. Falta uma peça. Agradeço a Deus por ter levado um grande chute na bunda e ter me tirado de um lugar que eu considerava eterno e que hoje em dia nem consigo me imaginar lá dentro, mas que foi bom enquanto durou. Agradeço por ter me mostrado que tudo sempre acontece quando e na hora que tem que acontecer, por estar onde estou, por ter pessoas maravilhosas perto de mim, por ter conhecido minhas novas-velhas amigas e por ter conservado meus melhores laços de amizade e de carinho. Na realidade, este assunto de hoje e só pra fazer um relato de gratidão, de coleguismo e principalmente de agradecimento a todos meus amigos. Amigas, amigos, obrigada por vocês existirem e fazerem parte da minha vida. A amizade pra mim vale muito, vale tudo! Claro que também temos decepções, mágoas, etc..., mas aí já é outro assunto, pra outro dia. Por hoje era isso.