Era festa, todo fim de semana. Crianças correndo, tias na cozinha. Chimarrão, caipirinha na casca de abacaxi. Sempre duas mesas, primeiro as crianças que é pra depois, deixar eles brincarem até dormir em pé. Depois a mesa cheia, muita conversa, muito riso, palhaçada mesmo. Mesmo falando de coisas sérias, sempre tinha um comentário idiota, tão idiota que o outro repetia e tudo virava uma grande gargalhada. Era assim, era bom. Que saudade.
Faz muito tempo que não tem mais. E a saudade aumenta, as pessoas se distanciaram. Mas porque? Alguns acontecimentos tiveram seu real valor. Uns trágicos, outros tristes, alguns alegres. Mas tudo isto acabou afastando todo mundo.
Assim era a casa da minha mãe. Ela ainda ta aqui, mas não tem mais casa. Agora até já tem de novo, mas onde estão todos? Cada um cuidando da sua vida. Onde ta aquela família grande, aquela criançada, aquela barriga que já está quase nascendo?
Sinto saudade de tudo, inclusive daquela criatura que era alcoólatra e agora não é mais, ao menos estava junto, comemorando (ou bebemorando). Sinto saudade da vizinha dizendo pra minha mãe: “Vizinha, sinto inveja da senhora. Que família bonita, sempre todo final de semana parece que tem festa”.
Ela era boa vizinha, apesar da inveja, que acredito ser da “boa”. Também foi embora.
Neste ano minha mãe completou 75 anos. Teve festa. Primos, tias, netos e filhos.
Não, só uma filha. Só eu estava lá. Os outros e principalmente as irmãs, não tinha nenhuma.
Uma mora em outro estado, outra estava na praia, e a outra trabalhando. Os filhos homens, cada um fazendo alguma coisa, sei lá o que.
Esta foto em que estamos todas juntas, eu minha mãe e minhas irmãs, me dá saudade, melancolia e tristeza. Aniversário da minha mãe, em 2001. A outra foto é agora, 2006. Só eu. Não sei quando estaremos todas juntas de novo, festejando, brincando ou simplesmente falando idiotices pra dar bastante risada.
O amor não morreu, está aí, presente, mas a vida encaminhou cada um pro seu lado. Tenho que aprender a lidar com isso, mas não é fácil. Saudade dói.
2 comentários:
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lu, minha família era enorme.
e cada fim de semana era uma festa.
natais e ano novo, então, era incrível.
mas acabou.
alguns morreram, outros se afastaram, outros não sei mais quem são.
descobri, com o tempo, que família é quem está com a gente, seja em que situação for.
e se tiver sentimento e for verdadeiro, apenas dois podem fazer uma grande festa, com tanto riso e emoção como se fossem 50.
vivo melhor assim.
e tudo que viér, é lucro.
espero que vc encontre o ponto de equiliíbrio.
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Lu
minha familia é enorme, sabe né!
Todo final de semana era uma festas, mas com o tempo o número foi diminuindo por inúmeros motivos.
Sinto saudade, muita falta daquela farra!
Mas a vida é assim né, impermanente.
Mas como o Sean falou, a gente pode fazer festa com um número grande ou pequeno, importante é aproveitar os momentos de alegria junto com quem amamos.
A saudade dói mesmo, estou esperimentando esta dor, mas sei que só dói quando a gente realmente ama as pessoas que nos fazem falta ;)
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